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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Baixos investimentos em internet potenciam lucros de mais de 3000%


Felix Leander apresenta mídias sociais como novo nicho de investimento



Wilson Domeneghetti Monticelli e Yourick Lopes Apolinario



“O retorno é imediato, mas você tem ganhos de imagem que se você promover relacionamento a longo prazo, vai consolidando a sua imagem com o passar do tempo”, diz Cely Carmo, gerente de mídias digitais da Burson Marsteller. Ela trabalha nesse setor desde Julho do ano passado, com estratégias de marketing com um nicho novo e próspero, as mídias sociais na web.

Já dizia a ideologia do pensador de filosofia moral e economia política Adam Smith, de que o mercado se auto-regularia de acordo com suas reações internas. Hoje em dia isso também acontece, mas um novo fenômeno está se apresentando. A internet está influenciando o mercado, assim como a audiência de um canal de televisão.

As mídias sociais afetam positiva e negativamente o mercado. Em Junho de 2006, o blogueiro e vendedor Vincent Ferrari tentou cancelar sua conta da AOL (America Online) e o atendente “John” o segurou na linha por 20 minutos, só que o usuário estava gravando a conversa, e a divulgou em seu blog. Em pouco tempo, o número de visitas na página chegou a 9 milhões ao dia, travando os servidores.


A mão do internauta se tornou alvo de atenção pelas empresas devido a sua influência

O blogueiro foi chamado uma semana depois de sua postagem para dar uma entrevista num programa da NBC. Seis milhões de pessoas o assistiram. Isso fez com que a empresa emitisse um pedido de desculpas e que mais pessoas o imitassem, repercutindo denúncias que geraram investigações contra a America Online.

Outro caso negativo foi de um vídeo no Youtube que mostrava como uma trava de bicicleta da empresa Kryptonite podia ser aberta com uma caneta. O assunto repercutiu por alguns blogs e a empresa foi obrigada a abrir um recall e pagar uma multa de US$ 10 milhões, cerca de 40% de seu faturamento anual.

As estratégias feitas com blogueiros e mídias sociais possuem variáveis. Em relação de custos para uma empresa, os valores variam muito, podem ser de cinco mil ou até mesmo quinhentos mil reais, dependendo da ação relacionada, por exemplo. “É difícil trabalhar hoje com uma estratégia de comunicação em que você pense uma coisa isolada”, comenta Cely.

Empresários investem cada vez mais no ramo das mídias sociais devido aos resultados obtidos com outras empresas


O contato com o internauta é importante para empresas que investem em mídias sociais. Renato Dias, gerente de Internet da Natura comenta que há dois objetivos em se investir nesse nicho, o marketing que pode ser gerado com as mídias gratuitas, alimentadas por consultores ou consumidores dos catálogos, e o conhecimento agregado com esse contato, por exemplo, via Orkut.


Um exemplo de investimento assim foi com a SouthWest AirLines que investiu em widgets (programa de computador com várias funcionalidades) que chamaram a atenção de 2 milhões de interessados em comprar pacotes aéreos. A receita gerada foi de 150 milhões de dólares.

Felix Leander, estrategista de mídias da Burson Marsteller comentou em seu Workshop em Março deste ano, que “não se trata apenas de ter uma tática digital, mas algo que se encaixa no resto da sua campanha”.

Um caso que mostra a rapidez de ganho desse nicho é o da Dell.
Com um investimento muito baixo, a empresa produtora de computadores colocou uma equipe para monitorar uma conta
do Twitter (um serviço de mensagem rápida aonde você tem 140 caracteres para escrever) que oferecia várias promoções.


Dados do site Alexa apontam a repercussão estratosférica do caso Vincent e AOL


Em poucos meses, 100 mil internautas estavam na página e a Dell acumulou uma receita de mais de 1 milhão de dólares. Para se ter uma idéia prática deste caso, suponhamos que uma equipe desse tipo de consultoria tenha 3 pessoas e que cada uma ganhe R$ 700 reais por mês para monitorar o Twitter. Se em um ano esse investimento chegar a R$1 milhão, significa que o lucro foi de 3968%.

Juliana Guerra é gerente de atendimento da agência Gaspar & Associados e comenta que essas ações no E-Commerce tendem a dar retorno em até um ano, e que os múltiplos perfis de empresas determinam como a consultoria de mídias vai agir. “Uma empresa procura trabalhar mídias sociais com ambos objetivos, principalmente em médio prazo. Tudo depende do perfil da empresa e de seu objetivo. Um varejista, por exemplo, pode buscar as mídias para ampliar seu comércio, enquanto outra empresa pode querer monitorar sua imagem nas redes sociais”.

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