Fan-Jovem: Diploma importa mas estudantes precisam de mais discernimento

Diploma importa mas estudantes precisam de mais discernimento

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Francisco considera necessária uma construção de senso crítico como item fundamental do futuro jornalista

A suspensão da obrigatoriedade do diploma ocorrida em 2001 ainda gera discussões no ambiente profissional do jornalismo e nos órgãos que regulam a Constituição brasileira. “O que acontece é que você tem um Diego Alemão, uma Iris Estefanelli, entre outros fazendo o papel de âncoras que seria de jornalistas e, diga-se, sem nenhum talento ou conhecimento”, comenta o jornalista Juan Pablo Lopes (28).

A Federação Nacional dos Jornalistas argumenta que o diploma ressalta o compromisso desses profissionais com os princípios éticos do jornalismo. A liberdade de expressão é outro ponto muito discutido nos últimos meses e que levará a votação no STF no próximo dia 15 sobre a obrigatoriedade do diploma para atuar na área.

De acordo com o censo do ensino superior feito pelo INEP o número de cursos de jornalismo aumentou de 260 no ano 2000 para 443 em 2003 – a maioria em instituições particulares (369). Nem todos esses cursos têm um valor considerável no mercado de trabalho, tanto pelo pouco tempo no ramo quanto pela estrutura física e grade curricular da faculdade.

Para o jornalista e presidente de uma agência de relações públicas Francisco Carvalho (50) a nova geração peca na profundidade nos textos. “A atual geração do Ipod não busca se aprofundar, ler mais os clássicos e discutir temas que são importantes para eles conhecerem o próprio país e mundo em que vivem”, comenta Carvalho.

A opinião dos profissionais na área é bem definida. Para Lopes, o curso é importante para ter conhecimento de uma “arma” que pode ser mortal na mão de aproveitadores.
“É claro que deve haver uma distinção entre programas de entretenimento e de jornalismo, porém atualmente há uma grande mistura entre essas duas funções”, acrescenta Lopes.

Carvalho diz que a carreira acadêmica se aprimora mais quando se mistura a base teórica com a prática. Jornalista desde 1976 participou de uma geração que consumia um conteúdo cultural muito rico. A leitura de grandes clássicos como Ernest Hemingway e Machado de Assis são uma boa inspiração de escrita, assim como os debates para se compartilhar idéias para se construir um melhor senso crítico do futuro profissional, finaliza Francisco.

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