A crise chega na indústria de quadrinhos
Érico Assis
A crise pegou os quadrinhos. Embora se acreditasse que a indústria de entretenimento seria um escape para o caos econômico nos EUA e no resto do mundo, os números não estão bons. Segundo o site ICV2, que acompanha as vendas de quadrinhos nos EUA desde 2001, março de 2009 foi o primeiro mês neste século em que nenhum gibi ultrapassou a marca de 100 mil unidades. Foi uma queda de 7%, em arrecadação em relação ao mês passado. Considerando que várias editoras estão subindo o preço dos gibis, isso quer dizer que menos exemplares estão sendo vendidos - e que a queda em número de pessoas comprando gibi é maior do que a queda em arrecadação. No primeiro trimestre, a queda foi de apenas 5% em relação ao primeiro trimestre de 2008. O ICV2 vê o número como bom, considerando que os primeiros meses de 2009 foram um dos piores em anos para todo o varejo dos EUA. E a queda só não foi maior por conta do fator Watchmen: 32 mil exemplares da coletânea foram vendidos através da distribuidora Diamond (que não é a única distribuidora, e não conta a maioria das vendas feitas em livrarias) somente em março, mês de lançamento do filme. Nas séries e minisséries, o mês foi dos Vingadores. As edições 3 de Dark Avengers e 51 de New Avengers venderam quase a mesma coisa, pegando primeiro e segundo lugar. Batman: Battle for the Cowl #1, lançamento da minissérie que vai definir o futuro do Homem-Morcego, ficou em terceiro. A Marvel tem mais 5 posições no Top 10. A editora também ficou com 47,24% do mercado em unidades, contra 27,7% da DC. Em arrecadação, foi 42,74% contra 27,34%, respectivamente. Curiosidade deste mês: a editora IDW Publishing chegou pela primeira vez ao terceiro lugar no mercado (5,1% em unidades, 5% em arrecadação), que nos últimos anos costumava ser da Dark Horse (4,8% em unidades, 5,63% em arrecadação, este mês). A IDW baseia quase toda sua linha em HQs licenciadas, como Angel, Comandos em Ação, Star Trek, Transformers e O Exterminador do Futuro.
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