Afasta-me

Afasta-me da poesia dos teus olhos
Afasta-me da malícia de teus lábios
Tivera eu sido um eterno menino
Ao invés de fazer tolas escolhas de homem
Assim seria eu um verdadeiro homem

Mas afastei minha razão para alimentar meus desejos antigos, profundos e profanos
E você permitiu com que isso ocorresse
Ès tão quanto eu, responsável por esta escravidão mental
Queria eu que sentisse uma parcela disso para ver o quão difícil é
Ser alguém frio, calculista mas que se derreteu no embalo do coração noturno
De uma jovem de subúrbio.

Tento afastar-me buscando-lhe defeitos que facilmente não encontro
Você por outro lado, afastou-se de mim, pelo simples fato do meu mundo parecer ser diferente do seu

Prepare-se para o dia, que você se afastará do seu mundo e se aproximará do meu
E também ao dia, que retornarei a imagem de outrora que povoou teus sonhos e desejos obscuros
Mas que... pelos mesmos motivos postos no presente por ti
Não permitirão o reencontro, pois o tabuleiro mudará de lado
E os fantasmas retornam para uma revanche...


Permanecerei escravo inconsciente e benevolente
Pois teus olhos, boca, sexo, cheiro, pele estão em mim eternamente
Quero te odiar, te esquecer, encontrar teus traços em outro alguém
Mas você me afastou de ti, mesmo sabendo que eu não seria capaz do mesmo.

A lua transpôs muitas primaveras até chegada a hora que pude tocar-lhe, sentir-lhe
Desejar-lhe plenamente
Não é justo que tal momento seja interrompido tão brevemente.
Mas se queres mesmo que seja assim
Tenta!
Afasta-me!
Matai o imortal
Posto que a chama ainda acesa está.