Desde o primeiro "BBB" em 2002, o telespectador brasileiro tem assistido (ou agüentado) com o Big Brother Brasil, que, desde o início pregava a oportunidade de trazer fama para anônimos e, de quebra, fazê-los milionários (no começo o prêmio era de 500 mil reais).
Porém, sabe-se que não é bem assim, desde a primeira edição os rumores sobre a indicação de pessoas que já circundam o meio televisivo já eram fortes e a cada nova edição eles aumentam.Nesta última seleção, não só há indícios, como também "provas", vide a cobertura sobre os escolhidos pela imprensa logo no primeiro dia após o anúncio, bombardeando a internet com os ensaios nus, participações em filmes, pontas em novelas, entre outros dos novos moradores da "nave BBB".
A Folha Online, em matéria que segue no post abaixo, mostra ainda mais dessa "seleção de anônimos" para o Big Brother, mas não é sobre a escolha dos participantes que quero escrever neste espaço, é sobre a repercussão e qualidade do televisivo.
O BBB se tornou uma febre no país já em sua estréia e mostrou que uma teoria jornalística cabe muito bem em outros tipos de programação, a agenda setting, que consiste em "agendar" as conversas do público no seu dia-a-dia.
Com o "advento" do Big Brother Brasil, o público passou a comentar (e muito) os "acontecimentos" da casa, algo que, até então, só era atingindo por fatos importantes em jornais e, é claro, pelas telenovelas, que não é de hoje ditam a moda no país.
O besteirol do BBB atingiu a massa brasileira em cheio, que começou a se utilizar dos "bordões" dos participantes como o famigerado "Faz parte" de Kleber Bambam. Além disso, cada mudança no jogo era (e provavelmente será novamente) comentada no dia seguinte. "Você viu? A Íris brigou com o Alemão. Aí eu acho que a culpa é daquele Cowboy", é apenas um dos inúmeros exemplos de frases que ouvimos durante a última edição.
Já está mais do que claro que a televisão influencia os telespectadores e vice-versa. Você não acredita? Então comece a reparar, qual era a moda enquanto a "Siri" estava no BBB? Simples, uma presilha de florzinha, que ela usava e todo mundo começou a comprar. Ainda em dúvida? Qual era a cor de batom mais procurada durante a novela Paraíso Tropical? O vermelho da Bebel (personagem de Camila Pitanga).
Tendo em vista que o Big Brother Brasil tem grande influencia, deveríamos, no mínimo, "exigir" que os participantes, ao menos, mostrassem algo de útil e não ficassem apenas fumando seus cigarros e dando vexames em festas por conta do excesso de bebida alcoólica (que belo exemplo para a sociedade) e tramando estratégias para puxar o tapete do outro.
Todos nós sabemos que o BBB é um jogo, porém, mesmo em uma disputa é preciso se mostrar decência e ética. Além disso, educação é o mínimo que se deve pedir a alguém que está se expondo para todo o país.
Da forma como as coisas vão indo e da maneira como são mostrados maus exemplos na nossa televisão, sob a desculpa de que "está se retratando a sociedade". A influência da TV irá nos levar para um caminho ainda pior, pois carecemos de bons exemplos para o telespectador que vê e reproduz muito do que pinta na telinha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário