Crítica ilustrada - Paranoid Park

Bem caros leitores, a partir de agora falo sobre um filme do qual não tinha lido praticamente nada, e só depois de escrever minhas opiniões num pequeno livro, fui descobrindo que minha opinião é fundamentada, desde a sinopse até críticas anteriores.

Detalhe: eu escrevi enquanto assistia, minhas impressões mudam conforme o tempo, como vocês vão ver.

E lá vamos nós.

Me sinto perdido.Não tenho paciência para ler, trabalhar ou algo parecido.Então parei para terminar de ver Paranoid Park. Aparentemente uma filmagem com ar amador, mas o enredo se revela interessante na metade final.

A história de Alex é conflituosa e caótica, assim como a maioria dos adolescentes ( falo isso por experiência). O garoto é pacato,tem amigos e um segredo sinistro.

As montagens de cena quase sempre numa velocidade levemente reduzida nos colocam num ponto de vista em alguns momentos voyeur, outros reflexivos sobre esse conflito de universos.

A repetição de cenas na montagem é outro detalhe a se mencionar como se a todo momento se parasse para lembrar de partes, pedaços de lembranças.

Um detalhe a parte que dá a linha de raciocínio ao filme é o som. Quando estudei "Som como parte da narrativa" em 2007 não percebi o quanto seria bom. Em Paranoid, os sons como ruídos e música mostram o humor, a situação da cena.

Paranoid Park

Os closes também são interessantes, eles parecem mostrar diversas situações de destaque, como devaneios , e pensamentos.

Voltando à história, a sensação de medo, impulso e confusão realmente faz um caos na cabeça. A câmera normalmente não acompanha os personagens de maneira usual; a cena que achei que me excitaria, me deixou intrigado. Na primeira vez de Jennifer, a câmera e o uso de som fazem parecer que Alex não está em cena.

Jennifer, a namorada de Alex

Quase sempre a câmera dá destaque para o que está em primeiro plano mas quando as informações em cena "se perdem"(não sei se por escolha de Van Sant) ficam fora de foco, ou com som diferente, como na cena que ele termina com a garota e toca uma música romântica dos anos 50.

Paranoid Park conta a história de Alex, que carrega a pressão do divórcio dos pais, a namorada, a culpa acidental de um funcionário de segurança e a vida adolescente dentro do universo do skate e do urbano.

O filme chama a atenção por ser introspectivo pela técnica de câmera e não somente a narrativa normal. Fugir para dentro de si parece ser a alternativa mais viável em alguns momentos para tentar alcançar a paz interior.

Depois de rabiscar esse texto no meu caderno, pesquisei sobre o filme, vi que ele foi composto por um elenco de novatos, o que deu mais veracidade e expontaneidade ao filme. Vi a análise de João Ricardo Lopes Grando em seu blog pessoal e sua crítica seria alvo de muitos elogios da parte da minha professora de arte e estética, Inês Pereira.

Outras críticas:

Pedro Butcher - "Diretor capta juventude terrível e sublime"

Site Omelete


Trailer

Até o próximo post pessoal.